22.4.25

A Possível Heresia Hiatista

Antes que passe desapercebidamente, cumpre ao Enquirídio ao menos registrar o possível hiatismo que poderá acontecer na sequência ao pontificado de Papa Francisco, para que, por sua forma, sejam identificados os hereges deste tempo — cismáticos ou protestantes, caso não seja confirmada tal heresia.
John William Waterhouse. Reúna Seus Botões de Rosa Enquanto Você Pode.
1. Hiato, tratando-se da gramática portuguesa, ocorre quando duas vogais estão juntas na palavra, porém, separadas na divisão silábica, como em “vi-ú-va”. Assim sendo, os hiatistas têm por Papa Francisco como se fosse uma vogal non grata entre sílabas preferidas, figuradas respectivamente por seu antecessor e sucessor na Cátedra Petrina.

2. Contudo, o que é caracterizado por hiatismo, para além da explicação gramatical, significa uma lacuna em sentido figurado, como se, no caso, houvesse uma interrupção da Sucessão Apostólica por imperfeições que invalidassem o pontificado de Papa Francisco, embora o motivo sustentado para isto seja herético ou cismático.

3. Dentre os motivos sustentados pelos hiatistas, evidencia-se desde então a suposição de que as conduções do Papa Francisco à frente da Santa Sé tivessem corroborado ao progressismo, que por sua vez coadunaria com interesses globalistas na concretização de agendas imorais, como é o caso da ecologista.

4. Contudo, primeiro é preciso entender o que é “ecologismo” na mentalidade hiatista, que por sua vez tendencia às posições pontifícias aos enunciados propostos pela mídia, confundindo o laicato ou até os sacerdotes de que as conduções de Papa Francisco são exatamente aquelas, quando nuca foram.

5. Exemplificando, se Papa Francisco roga pelo cuidado da “casa comum”, como posto na Laudato Si, referindo-se ao próprio planeta, que por veículos midiáticos é chamado de “Mãe Terra”, os hiatistas logo associam-no às manchetes produzidas sobre uma figura caricaturada do Romano Pontífice para homogeneizar e massificar suas narrativas.

6. Mas não somente por tais questões o hiatismo é percebido, quando ele instiga os leigos e o clero a abandonarem qualquer decisão eclesiástica pós Concílio Vaticano II, sobretudo por condenarem a “Missa Nova” e promoverem o enclausuramento de fiéis em comunidades cismáticas ou fraternidades apartadas da Santa Sé.

7. Os hiatistas se valem da “Missa Tridentina”, celebrada em latim, língua pouco praticada e difícil de aceder, especialmente em países subdesenvolvidos, no intuito de elitizarem o catolicismo no decorrer da formação da “elite intelectual”, que por infelicidade do termo, lembra os pressupostos da supremacia ariana dos nazistas.

8. Desprezam o Catecismo da Igreja Católica, promulgado por São João Paulo II, enquanto adotam tantos outras referências doutrinais, contanto que não contemplem nenhuma orientação pós Concílio Vaticano II, geralmente acompanhadas do pensamento inaugurado por Dom Marcel Lefebvre, atualmente apoderado pelos hiatistas.

9. Se no conclave (2025) um novo papa obtiver a estima dos hiatistas de maneira pública, confirmar-se-á a heresia hiatista, na qual os (in)fiéis decidem, segundo suas próprias convicções, seguirem ou rejeitarem o Romano Pontífice. Porém, rejeitando o sucessor de São Pedro mais uma vez, confirmar-se-ão cismáticos ou protestantes — simples assim.
    Para referenciar esta postagem:
ROCHA, Pedro. A Possível Heresia Hiatista. Enquirídio. Maceió, 22 abr. 2025. Disponível em https://www.enquiridio.org/2025/04/a-possivel-heresia-hiatista.html.

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